Durante uma semana, só se fala do tarifaço de Donald Trump.
Jornalistas e economistas inundam os noticiários com análises, índices, percentuais e previsões catastróficas sobre as “graves consequências” das ações do POTUS.
Ah, o drama: "E agora, americanos vão pagar mais caro pelos iPhones!"
Já tem gente dizendo que comprar um iPhone no Brasil pode sair mais barato que nos EUA. Oh my God!
Tem também os especialistas que mergulham nos dilemas do dólar, do déficit, da dívida interna e externa, e toda aquela sopa econômica que poucos entendem — mas que influencia diretamente a vida de todo mundo.
Mas vamos ao bê-á-bá da vida real.
De forma simples (sim, superficial para quem gosta de parecer intelectual), porém direta e certeira:
Os EUA são a locomotiva do mundo. Uma nação rica, que consome muito e, por pelo menos cinco décadas, financiou o projeto globalista-comunista a partir do Oriente.
Ao transferir a produção global primeiro para a China e depois para outros países socialistas da Ásia, como o Vietnã, o Ocidente enfraqueceu — e os EUA se tornaram reféns da sua maior ameaça.
Como o olhar desses “engenheiros do caos” sempre foi materialista, eles apostam na crise do consumismo para travar qualquer medida que corrija essa distorção.
O que Trump faz agora são verdadeiros bombardeios — sem disparar uma grama de pólvora.
A China depende do consumo global para se sustentar. Seu mercado interno é gigantesco, sim, mas seus dados são duvidosos, manipulados, com bolhas prestes a estourar. Basta mudar o cenário e tudo pode ruir.
Sem um esforço coletivo que pareça "guerra", Trump pode até perder popularidade.
É preciso que o americano entenda: enquanto novas fábricas estão sendo erguidas nos EUA, o preço dos bens de consumo vai subir. Temporariamente.
Só que nessa guerra, enquanto o americano paga mais caro por iPhones e laptops, os chineses vão pagar mais por comida. Ou até passar fome.
Ninguém diz isso, mas é verdade: os EUA, assim como o Brasil, são gigantes no Agro.
Essa é a realidade nua e crua.
Nosso mundo do “tudo made in China” precisa acabar. Simples assim.
Imagine um futuro onde pneus sejam made in Haiti, panelas made in Congo, cortinas de plástico made in Iraque. Essa redistribuição produtiva seria mais coerente com quem diz querer acabar com a fome e a desigualdade.
O que vemos, no entanto, é o desespero dos que falam bonito sobre comércio global, mas tremem diante da ideia de uma China enfraquecida.
Falam de mundo multipolar, mas esquecem que tarifar é, antes de tudo, forçar negociações bilaterais com os EUA — a maior economia do planeta.
Ah, e antes que eu me esqueça: os americanos vão pagar mais por iPhones, sim.
Mas não por Nikes.
O Vietnã — comunista, mas primo pobre da China — já topou negociar e vai continuar vendendo para os EUA sem tarifas.
Ponto para Trump.
Comentários: