“O melhor do abraço é o charme de fazer com que a eternidade caiba em segundos. A mágica de possibilitar que duas pessoas visitem o céu no mesmo instante.”
(Ana Jácomo)
O ano de 2025 está especial.
De repente muito do que se encontrava estagnado, desenlaçou.
Às vezes reflito sobre a vida e seus ciclos. E concluo que nada, absolutamente nada é previamente definido. Costumo pensar que em um minuto, uma vida inteira pode mudar. E quando digo vida, me refiro a o quão alguns eventos pontuais, podem alterar o passado, presente e o futuro.
Não, não podemos alterar o passado, eu sei. Mas podemos ressignificá-lo.
Para te convencer, peço alguns minutos e te convido a mergulhar comigo em alguns eventos marcantes:
No início da semana vimos à posse de Donald Trump. Não obstante a sua vitória ter sido irrefutável, sua postura elevada e primeiras medidas, permitiram renovar nossas perspectivas.
Dentre as suas medidas, vimos o perdão dos prisioneiros do “seis de janeiro”. Pessoas fieis aos ideais de soberania americana, as quais compelidas a lutar pela injustiça ocorrida nas eleições presidenciais de 2020, foram alvos de uma emboscada no Capitólio no dia seis de janeiro de 2021.
Embora este hiato lamentável da história americana não possa ser apagado, o perdão de Trump significou o retorno à liberdade e a dignidade dessas pessoas. Veteranos de guerra, pais e mães de famílias; vidas, histórias, sonhos, projetos e propósitos, foram automaticamente reintroduzidos à vida em apenas um minuto... Um minuto em que uma assinatura foi lavrada.
Destaco também os conselhos de Trump, dias antes, para que os reféns israelenses, presos na faixa de Gaza, fossem libertos antes da sua posse. Sua postura impávida impactou o curso de um conflito que dura pouco mais de um ano e que se destacou pela crueldade praticada contra judeus em cenários de horrores; bem como a indiferença de muitos grupos “defensores” dos direitos humanos e autoridades ao redor do mundo.
E talvez você possa estar se perguntando: o que me levaria a associar estes eventos ao tema desta crônica?
Pois bem: Observando os desfechos das duas circunstâncias, encontrei algo em comum: o momento do reencontro, dos injustiçados, com as suas famílias. Todos, absolutamente todos correram para abraçar as pessoas significativas em suas vidas. E estes abraços foram looooongos.
Longos o suficiente para contarem inúmeras histórias: sejam elas de dor ou de esperança.
Sendo responsável por equilibrar o nosso meio interno contra os eventos estressores externos, a chamada Alostase, o abraço modifica a nossa fisiologia. Além de promover a queda da pressão arterial, ele também equilibra o nosso sistema imunológico e relaxa os nossos músculos.
O abraço de um minuto pode se tornar muito mais do que uma ferramenta de autorregulação. Ele pode dizer que está ou ainda, que tudo ficará bem.
Ele pode reafirmar a doce presença que traz segurança. E também a certeza do retorno nos casos de ausência temporária.
Ele pode dizer literalmente nada, mas significar tudo...
Sim. Em um minuto tudo pode mudar... Eu creio e reafirmo isso.
Caminhando para o final, quero despedir-me desejando a todas estas pessoas o encontro com a cura e a paz a partir de agora.
Após receberem o abraço da justiça e de seus entes queridos, que possam renascer ou ressignificar, em todos os sentidos e em novos abraços, as suas vidas.
Este é o meu desejo. Infinitos abraços...
Com amor,
Cintia
“O que um minuto traz?
Um olhar,
Um despertar,
Um morrer,
Um nascer.
Quero viver...
Mas não uma vida sem cor,
Sem amor, sem sabor,
Sem sol...
Porque desta grande aventura chamada vida,
Só me lembro dos minutos
Em que uma alma me abraça,
Me afaga,
Me sorri,
Me faz viver em todos os sentidos...”
Cintia Tokio
Créditos (Imagem de capa): Imagem de StockSnap por Pixabay
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