O Rio de Janeiro está imerso em um caos total, violência desenfreada, assaltos e mais assaltos, saúde de pernas para o ar e a educação que não dá nem para comentar.
Mais de mil favelas onde vivem mais de 1,6 milhão de pessoas.
Vou considerar que apenas 800 mil moradores das favelas votem.
Rio de Janeiro além das favelas, tem praia, samba, carnaval, futebol, cerveja e mulheres.
Não necessariamente nessa ordem, mas é tudo que mantém uma boa parte da população alienada.
Assim, a eleição do dia 06/10/2024 mostrou o verdadeiro retrato de uma cidade dividida e emburrecida.
Paes teve aproximadamente 1,8 milhão de votos e Ramagem quase 1 milhão de votos.
Acima eu disse que se considerarmos 800 mil votos oriundos das favelas, esses obviamente foram para o Paes, ele e Ramagem ficaram empatados com os votos dos moradores do asfalto.
Se isso já é ruim, o pior vem depois. Mais de 1,5 milhão de pessoas não compareceram para votar e mais 400 mil anularam ou votaram em branco.
Ou seja: Quase a metade da população não quer saber quem vai governar a cidade onde vive, apesar das reclamações dos mesmos.
Paes ganhou?
Ramagem perdeu?
Paes foi realmente escolhido pela maioria dos eleitores?
Ramagem conseguiu despertar 1 milhão de pessoas, enquanto Paes engana a periferia, um milhão de alienados que ainda votam nele e quase 2 milhões que não querem saber de política, com samba, praia, futebol, show carnaval que é regado a muita cerveja e camisinhas, porque afinal a putaria, é o que é mais importante.
Enquanto a fila da fila do SISREG só cresce, enquanto crianças sentam no caixote em escolas caindo aos pedaços, sem professores, que às vezes nem ventilador tem (que dirá ar-condicionado), num calor de 50 graus, temos o terminal gentileza com o BRT que vai poder levar os torcedores para o novo estádio do Flamengo, mesmo que isso cause na Av. Brasil gigantes e frequentes congestionamentos, quase sempre regados a assaltos, arrastões e tiroteios, pelos quais os cidadãos são vítimas diariamente.
Mas isso não é uma exclusividade da Av. Brasil, nas linhas vermelha e amarela, a situação não é diferente.
Os assaltos também tornaram-se frequentes até em ruas movimentadas em plena luz do dia.
Porém, desde que as praias estejam cheias de pessoas para serem assaltadas, shows com muitos celulares para serem roubados, desde que os motoboys possam transitar livremente em alta velocidade avançando todos os sinais, andando na contra mão, andando por cima das calçadas e quebrando retrovisores dos carros que não abrem para essas “autoridades do crime” passarem, o Rio de Janeiro continuará lindo, mas apenas aos olhos de quem não quer enxergar a realidade.
Assim, o carioca vota errado ou deixa de votar, para depois chorar por ter sido assaltado ou não ter conseguido salvar um ente querido, porque não conseguiu uma cirugia em um hospital público.
O Rio teve a chance de mudar, mas, mais uma vez, o eleitor preferiu se calar, fazendo caras e bocas para as campanhas de rua. Não conseguem entender que, definitivamente, nada cai do céu. Sem gestores competentes, que precisam ser escolhidos pelo povo, o Rio só continuará lindo, na música do Quarteto em Cy.
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