A verdade é uma só: a humanidade como um todo (em especial, os jovens) encontra-se cognitivamente disfuncional e enferma.
A cultura de engenharia mental das massas enviesou, corroeu, corrompeu e degradou tudo o que envolve valores de individualidade, análise, sentido proporcional das coisas, juízo crítico e, sobretudo, ponderação moral.
Cordilheiras e cordilheiras de jovens se encontram escravizados pela chaga do politicamente correto, pelo maleável, manipulável e nivelador senso comum, pelo coitadismo, igualitarismo, imediatismo, utilitarismo, diversitarismo, dissonância, ilusionismo semântico e, sobretudo, pelo cronocentrismo.
Como vos poderei definir este último para ficar palatável em termos de entendimento?
Cronocentrismo revela a facciosa tendência de se considerar a época presente como mais significativa que as antecessoras.
É a desconsideração de tudo o que envolve o ancestral e o tradicional, impondo sobre estes toda uma bitola de avaliações, juízos e considerações negativas que não respeitam nem a sua lógica, nem a integridade e, fundamentalmente, a importância estrutural que encerram para as futuras gerações.
O(A) juvenil acha que chega neste lugar já construído e pronto por obra e graça do espírito santo, por geração espontânea ou algum sortilégio virtual.
Que aqui cai de paraquedas para, tão só, usá-lo e desfrutá-lo.
Que não houve sacrifícios mil, ações bravas e heroicas, estoicismos, civilizações e civilizações de pessoas e toda uma construção de cultura, princípios, códigos e valores que tornaram tudo isto possível e passível de funcionar como um corpo social e cultural minimamente habitável, funcional e harmonioso...
Tudo o que existe hoje, só existe, fruto de trabalhos e iniciativas que se iniciaram séculos antes.
Somos nada mais do que a conquista dos Homens do passado. Somos a culminação de seus esforços, méritos, erros ou acertos. Uma cultura sem interesse e sem se atentar para os fundamentos não poderá, a longo prazo, criar senão uma sociedade desprovida de fundamentos...
Enfim, cronocentrismo é, tão só, mais um ismo que pauta, cultua e impõe a construção de uma moral presentista, melhor dizendo, de uma imoral ou amoral utilitária de que toda a mudança pela mudança é válida, até mesmo “vazar ou tirar olhos”.
O incessante afã progressista só nunca entendeu, ou não o quis entender, que o virtuoso só o pode ser por certa obediência à raiz da constância, da continuidade e a uma determinada rotina. E eis uma das danosas razões colaterais para a degradação artística e cultural em que o mundo ora se vê mergulhado.
Para enfrentar o que temos pela frente, se ainda queremos ser uma espécie com relativa autodeterminação, poder decisório e de escolha teremos que criar um generalizado super-senso.
A maior parte dos jovens de hoje não se converterão mais no tipo de adultos de amanhã que uma sociedade sanígena, propulsora, harmoniosa e agraciada grita e necessita.
O coletivismo colapsante em que jaz o mundo, subjugado e subvertido pela demoníaca anti-força que envenena e apodrece na raiz, desde a mais tenra idade, os infantes andarilhos, é a teoria do ajuntamento sem união e a tentativa esquizoide de encontrar significado no calor da turba. Como não consegue descortinar um particular significado em tais condições, o jovem passa a conspirar e a destruir o que ignora e aquilo que é mais precioso e caro a todos.
É a sociabilidade firmada na entropia e num insano contexto euclidiano de equívocos e padecimentos.
Hordas e hordas de marionetes, cujas cordas e movimentos são controlados por “maestrinas garras e presas”.
Acumularemos nas sociedades vindouras, isso sim, em ciclos de viciação e alienação exponencial, o irreversível status a que chegamos: legiões de retardados, incapazes, ingratos, revoltados, desordeiros, mas mansos e passivos a quaisquer tiranias que eles outorgarão e sabatinarão sem pestanejar, e sem saberem sequer que o são...
O show de horrores que assistimos hoje, pungentemente, aliás, (vide o paradigmático exemplo da Brasuela donde vos escrevo), muito se deve ao intervencionismo e marxismo cultural implantado pela Escola de Frankfurt, pelo The Tavistock Institute e toda a sorte de ideopatias gramscistas criadas com o condão de implementar novos e incessantes padrões de pensamento e de ação financiadas e disseminadas pelos “sumo-arquitetos do mal global” que geometrizam todos os enredos e affairs mundanos que, desbragadamente, assolam toda a nossa sociedade, fundamentalmente, a partir das décadas de cinquenta e sessenta, do século passado.
Com que instrumentos?
A mídia, a escola e a universidade, em suma, visando e usando o jovi...
O resultado é este que aí está instalado e cristalizado.
Tiranias sofisticadas, outras nem tanto, reinam por tudo o que é cadinho.
Totalitarismos que eles, os jovens, nos quais a nossa danada (des)esperança está depositada, passaram a entender e a interpretar como liberdade...
Tão inefavelmente doído³!
Atentai-vos para algumas máximas platitudes de um dos mais nefastos intelectuais desta nossa história que (para mal dos nossos pecados) ora experienciamos e tirem suas próprias conclusões.
Abro aspas:
“A realidade é definida com palavras. Portanto, quem controla as palavras, controla a realidade”.
Aqui, e só fazendo um parêntesis indagatório à mesa para mais uma reflexão em segundo plano, vedes alguma semelhança entre este pensamento e a obra orwelliana?
Outra máxima:
“O poder é um centauro: metade coerção, metade legitimidade”...
Uma última:
“A conquista do poder cultural é prima à do poder político, e isto se consegue mediante a ação concertada de agentes infiltrados em todos os meios de comunicação, expressão e universitários”...
Senhoras e senhores, palavras de António Gramsci, uma das mais proeminentes vozes ideológicas e de propaganda da modernidade que muito poucos conhecem, mas que a esmagadora maioria é por elas - as tais surdinas vozes e ideias que se institucionalizaram, tantas e tão nefastas - totalmente enredada, manipulada e influenciada.
Juventude, essa, dizia então e só para concluir, que hoje em dia, na sua esmagadora expressão, usa seus diplomas como armas de destruição em massa, atuando com todos os seus handicaps psicopatológicos e crônicos distúrbios de caráter, resultantes de uma sociedade virada do avesso, com escolas e universidades que pervertem todo um ensino em favor de doutrinas que só desensinam, formatam e escondem o verdadeiro e precioso conhecimento.
Toda uma juvenil massa, por conseguinte, perdida na floresta agnóstica e niilista e/ou afundada num mar de idiopatias que, inevitavelmente, serão os adultos infantilizados e decrépitos do porvir.
Em resumo, caríssimos & caríssimas, retirar-se-á desta perambulação a incontornável ilação de que a (utópica) salvação do mundo passará, única e irremediavelmente, não pela “enérgica” juventude, mas pelos “moídos” vetustos e remanescentes que construíram, blindaram e conservaram sua cognição intacta e impoluta - aqueles que, ao menos, o conseguiram...
Tenho dito! Eco
Fonte/Créditos: Juntando as peças com intelecto, cognição e lucidez impoluta
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