Vital do Rêgo Neto, advogado e filho do ministro Vital do Rêgo Filho, do Tribunal de Contas da União (TCU), foi escolhido para o Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) na terça-feira 23.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a nomeação de última hora pegou as empresas do setor de surpresa. Vital Neto afirmou que devido ao “por força do convívio político”, sua família mantém uma “relação amistosa” com o Ministro Alexandre Silveira, a quem expressou gratidão pela “confiança depositada em seu trabalho”.
Vital do Rêgo Filho, ex-deputado federal e ministro do TCU, que já foi réu na operação Lava Jato em 2020 sob a alegação de ter recebido R$ 3 milhões em propinas da construtora OAS, descreveu seu filho como um “advogado militante do setor elétrico”, com uma sólida formação acadêmica e trajetória profissional reconhecida.
Filho de Ministro do TCU Vence Eleições com Expressiva Maioria de Votos
Neto Vital ganhou com 97,2% dos votos na Assembleia-Geral da CCEE, que é formada pelas empresas que fazem parte da entidade.
Ele é formado em Direito pela UNB, tem mestrado em “Direito da Energia” pela Universidade de Sorbonne e atuou como assessor da diretoria da “Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)”.
Segundo o jornal O Globo, líderes da indústria classificaram a eleição como uma “surpresa” e uma “reviravolta”. Algumas semanas atrás, os líderes da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) votaram a favor de Marco Delgado.
A recondução ao cargo do conselheiro, anteriormente parte da diretoria da própria Abradee, era vista como uma progressão natural e unânime entre as companhias. No entanto, na véspera da votação na CCEE, foi a Cemig, empresa estatal de energia de Minas Gerais, que propôs o nome de Vital Neto.
De acordo com os executivos das distribuidoras, a indicação teve um papel crucial. Apesar de já terem decidido na Abradee sobre a indicação de Delgado, eles mudaram seu voto.
No final, recomendaram que Delgado retirasse sua candidatura e os votos das empresas de distribuição foram direcionados ao candidato apoiado pelo governo.
elataram de forma reservada os executivos que o esforço do governo para estabelecer um nome na CCEE ocorre em um momento no qual as empresas estão prestes a negociar a renovação de suas concessões.
No próximo ano, os contratos de 20 empresas do setor começarão a expirar. Coletivamente, elas representam aproximadamente 60% do mercado.
A operação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que é responsável por facilitar e gerir a comercialização de energia elétrica no país, é financiada pelas empresas que negociam energia no Brasil.
As informações são da Revista Oeste.
Créditos (Imagem de capa): Reprodução
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