A nota da embaixada dos Estados Unidos em Brasília sobre a suspensão do X, publicada na última sexta-feira (30), acendeu um sinal de alerta dentro da Corte em meio à escalada da crise envolvendo o ministro Alexandre de Moraes e o bilionário sul-africano Elon Musk.
Na nota, a embaixada afirma que o país está “monitorando a situação” e afirma que a “liberdade de expressão é um pilar fundamental em uma democracia saudável”. Ela foi publicada depois da ordem de Moraes para que o X indicasse um representante legal e poucas horas antes do bloqueio da plataforma.
Em suas redes sociais, Musk foi ao X agradecer a “expressão de apoio” e afirmou que “de fato, sem liberdade de expressão, o público não pode expressar seus pensamentos ou saber a verdade da situação, o que torna impossível votar com o conhecimento preciso”.
A linguagem e o timing da comunicação, sem nem mesmo esperar a suspensão do X, foram vistas com surpresa e despertaram a preocupação de que houvesse algum risco de retaliação diplomática, já autoridades americanas não costumam se pronunciar sobre assuntos internos da Corte.
No auge da tensão, alguns ministros até cogitaram a possibilidade de o visto americano de Moraes ser cassado, o que poderia não apenas causar constrangimentos para a Suprema Corte a nível internacional, mas arrastar os governos Lula e Biden para o centro da guerra entre Musk e Moraes. Mas a equipe da coluna apurou junto a fontes da diplomacia dos Estados Unidos que essa hipótese jamais foi cogitada e nem sequer faria sentido pelas regras do país para a suspensão de vistos.
O estresse entre os ministros, porém, revela o tamanho da tensão interna em relação às decisões de Moraes a respeito do X e da outra empresa de Musk, a Starlink. Na Corte, há muito incômodo com a abrangência das decisões, consideradas exageradas, e a má repercussão junto à opinião pública.
Fonte/Créditos: O Globo
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