O presidente russo, Vladimir Putin, e o líder chinês, Xi Jinping, reforçaram as alianças entre seus países em uma videoconferência realizada logo após a posse de Donald Trump, ocorrida na segunda-feira, dia 20.
O encontro teve como foco principal o fortalecimento das relações bilaterais em um cenário de crescentes tensões geopolíticas, intensificadas pela chegada do novo governo dos Estados Unidos.
Transmitida tanto pelo Kremlin quanto pela emissora estatal chinesa CCTV, a reunião de aproximadamente 1h35min destacou os planos para aprofundar a parceria estratégica. Putin enfatizou "novos objetivos para o desenvolvimento da ampla colaboração sino-russa". Xi Jinping, por sua vez, reforçou o compromisso de ambos os países com a cooperação mútua.
Parceria firmada em 2022 e sua relevância econômica
Embora o acordo entre Rússia e China, firmado em fevereiro de 2022, antes do conflito na Ucrânia, não seja de natureza militar, a cooperação em questões de defesa vem se intensificando desde então.
O aspecto econômico dessa relação tem ganhado destaque. Entre 2021 e 2024, o comércio entre os dois países cresceu significativamente, passando de US$ 147,2 bilhões para US$ 244,8 bilhões. A China se consolidou como uma das maiores compradoras de commodities russas, além de liderar as exportações de bens manufaturados, como automóveis e eletrônicos, para o mercado russo.
Apesar desse avanço, a desaceleração do crescimento no comércio preocupa, especialmente para a Rússia, que enfrenta desafios econômicos devido às sanções internacionais e à dificuldade de obter crédito externo, fatores que comprometem sua capacidade de inovação industrial.
Putin classificou a relação com a China como "fundamental para a estabilidade global". Xi Jinping reforçou o compromisso de ambos os países em proteger os interesses legítimos de cada nação.
Relações com Trump e os Estados Unidos
Durante o encontro, os líderes também abordaram questões globais como a situação na Ucrânia, a península coreana, Taiwan, Síria e Oriente Médio.
A postura de ambos em relação aos Estados Unidos é distinta. Xi Jinping, identificado como um adversário estratégico por Trump, tem sido alvo de atenção do governo norte-americano. Trump e Xi já iniciaram conversas e planejam um encontro em breve. O presidente dos EUA, no entanto, tem evitado críticas diretas à China, com exceção da questão envolvendo o controle do Canal do Panamá, que ele considera essencial para os interesses americanos.
Já a relação de Putin com Trump é marcada por ambiguidades. Embora a Rússia tenha sido acusada de interferir nas eleições americanas de 2016, Trump adota uma abordagem alternada de críticas e afagos em relação ao Kremlin. Essa postura faz com que Moscou adote uma atitude cautelosa, mas otimista, em relação a futuras negociações com os Estados Unidos.
Putin declarou a Xi estar disposto a manter um diálogo aberto com Trump, ressaltando a importância de preservar canais de comunicação entre as nações.
Fonte/Créditos: Revista Oeste
Créditos (Imagem de capa): Xi Jinping reforça parceria com Putin e defende paz global em meio à guerra na Ucrânia (Mikhail Svetlov / Colaborador/Getty Images)
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