O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decide, nesta semana, a próxima taxa básica de juros do país, a Selic, que ficará vigente por 45 dias. A expectativa é de nova alta nos juros, previamente contratada pelo comitê na última reunião.
A segunda do Copom deste ano está marcada para terça-feira (18/3) e quarta-feira (19/3). A decisão final será comunicada após o fim do segundo dia de deliberações da diretoria do BC.
Entenda a situação dos juros no Brasil
- A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação. Quando a inflação está elevada, o BC age aumentando os juros, na tentativa de conter o consumo.
- A expectativa é de novas altas nos juros ainda no primeiro trimestre, com taxa próxima a 15% ao ano.
- O mercado financeiro estima que a Selic ficará em 15% ao ano até o fim de 2025, segundo o relatório Focus.
- Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula (PT) e do mandato de Gabriel Galípolo à frente do BC.
Caso se confirme, este será o quinto avanço consecutivo da Selic. A adoção de política monetária mais contracionista (ou seja, o aumento dos juros) começou em setembro de 2024, quando o Copom interrompeu o ciclo de cortes e elevou em 0,25 ponto percentual a taxa, que passou dos então 10,50% ao ano para 10,75%.
No entanto, o BC não sinalizou um fim do ciclo de altas. Segundo o Copom, a magnitude do ciclo de aperto monetário será ditada pelo compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação.
A condução da política monetária tem sido alvo de críticas de membros do governo. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, considerou a estratégia de subir os juros uma “imbecilidade”.
“É uma imbecilidade. Nós precisamos estimular o crescimento da economia, produzir mais para controlar a inflação. Não é inibir. Se a gente inibir crédito e aumentar juros, você inibe investimento. Se você inibe investimento, você está inibindo ter mais produção para ter mais produto na prateleira para controlar a inflação pela oferta”, argumentou.
Juros altos desaceleram a economia
Ao elevar a Selic para conter a inflação, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país. O crédito fica mais caro, e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para os consumidores e produtores.
Para Pedro Ros, CEO da Referência Capital, a política fiscal e as restrições de crédito tornaram o “cenário desafiador” tanto para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto para o Banco Central.
“Para este ano, esperamos um crescimento mais moderado, exigindo que empresas se adaptem às novas tendências e aos desafios econômicos”, explicou Ros.
Fonte/Créditos: Metrópoles
Créditos (Imagem de capa): Hugo Barreto/Metrópoles
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