Autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediram às plataformas de redes sociais e às agências de notícias que combatam a “desinformação” sobre a varíola dos macacos, doença que infectou principalmente gays e agora começa a contaminar outros grupos. Na semana passada, a OMS declarou a doença como uma emergência global de saúde.
O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chegou a pedir para que os gays reduzissem o número de parceiros, como forma de se prevenir da doença, e acentuou que “o estigma e a discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus e podem alimentar o surto”.
Comparando a situação com a epidemia de covid-19, ele disse que “a desinformação e as informações erradas podem se espalhar rapidamente on-line”
“Por isso, pedimos a todas as plataformas de mídia social, empresas de tecnologia e agências de notícias que trabalhem conosco para prevenir e combater informações prejudiciais”, acrescentou, sem especificar como se daria o controle da informação e que tipo de informações não é verdadeira.
Emergência global de saúde
Há mais de 23,6 mil casos de varíola dos macacos confirmados e cinco mortes em 80 países. Cerca de 70% dos casos foram registrados na Europa, enquanto as Américas representam cerca de 25%. No Brasil, há quase mil casos e uma morte confirmada.
O vírus se espalha por meio de contato físico próximo, incluindo relações sexuais, e também pode ser transmitido ao tocar em objetos que alguém com o vírus usou.
O Departamento de Saúde da cidade de Nova Iorque escreveu recentemente uma carta a Ghebreyesus dizendo que a cidade mais uma vez está no epicentro de uma doença contagiosa e já tem mais de mil casos confirmados. Nos Estados Unidos, já são mais de 5,8 mil e os Estados de Nova Iorque e da Califórnia já decretaram emergência por causa da varíola dos macacos.
Na carta, o departamento de saúde de Nova Iorque também expressou preocupação com o efeito que o nome monkeypox pode ter em comunidades vulneráveis, “dado o estigma que pode gerar e a dolorosa história racista na qual terminologia como essa está enraizada para comunidades de cor”. O pedido era que a OMS usasse termos alternativos para o vírus, como “hMPRXV” e “MPV”, pois o vírus não “se origina em macacos”.
A carta publicada pelo departamento de saúde:
We're calling on @WHO to act immediately to rename the “monkeypox” virus. We have a growing concern for the potentially stigmatizing effects that the messaging around the “monkeypox” virus can have on vulnerable communities. Read our letter: https://t.co/hC6L8o60TH pic.twitter.com/G8CQ9ueaMJ
— Commissioner Ashwin Vasan, MD, PhD (@NYCHealthCommr) July 26, 2022
No entanto, o site do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA afirma que a varíola dos macacos foi descoberta pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa. Apesar disso, o CDC diz que a origem da doença permanece desconhecida.
O governo Biden estaria ponderando declarar a varíola dos macacos uma emergência nacional de saúde pública nos próximos dias, segundo alguns jornais e sites. O anúncio viria do Departamento de Saúde e Serviços Humanos e permitiria à agência federal receber mais dinheiro e nomear novos funcionários.
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