A recente morte do Papa Francisco, anunciada oficialmente pelo Vaticano na manhã desta segunda-feira (21), trouxe à tona uma antiga e controversa obra que há séculos intriga estudiosos e fiéis: a chamada Profecia dos Papas, atribuída a São Malaquias, um bispo irlandês do século XII que teria recebido visões proféticas durante uma visita a Roma em 1139.
Descoberta apenas em 1595 nos arquivos do Vaticano pelo monge beneditino Arnold Wion, a obra é composta por 112 lemas curtos em latim que, supostamente, descrevem os futuros pontífices da Igreja Católica a partir do Papa Celestino II, eleito em 1143, até o “fim dos tempos”. A última profecia menciona um papa nomeado Petrus Romanus — Pedro, o Romano — que guiaria a Igreja durante um período de intensas tribulações, culminando com a destruição de Roma e o Juízo Final.
O trecho final da obra diz:
“Pedro, o Romano, alimentará seu rebanho entre muitas turbulências, após as quais a cidade das sete colinas será destruída e o formidável Juiz julgará seu povo.”
Apesar de sua popularidade, muitos historiadores afirmam que a profecia teria sido forjada no século XVI, provavelmente para influenciar disputas políticas e eclesiásticas ligadas à sucessão papal. Segundo essa tese, os lemas anteriores a 1590 seriam mais precisos — escritos com base em fatos históricos — enquanto os posteriores se tornam vagos e genéricos, permitindo múltiplas interpretações.
Ainda assim, diversas coincidências têm alimentado a curiosidade do público ao longo dos séculos. Um exemplo clássico é o lema De labore Solis ("Do eclipse do Sol"), associado ao Papa João Paulo II, que nasceu durante um eclipse solar. Essas correlações enigmáticas despertam tanto o fascínio quanto o ceticismo de teólogos, historiadores e fiéis.
Com a abertura do período de sede vacante e a expectativa pela escolha do próximo papa, a profecia volta a circular com força nas redes sociais e entre círculos religiosos. A grande pergunta que paira é: será o novo papa o enigmático Pedro, o Romano? E, se for, isso representaria de fato o prenúncio do Juízo Final, como sugere a profecia?
Enquanto o mundo católico aguarda a decisão do conclave, o debate entre fé, tradição e mistério se intensifica, colocando novamente em evidência uma das previsões mais enigmáticas da história da Igreja.
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