Durante uma conversa com jornalistas no México, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, mostrou irritação ao ser questionado sobre por que não mencionou a crise na Venezuela em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
“Por que eu tenho que falar da Venezuela em todo lugar?”, disse Lula, nesta segunda-feira, 30. “Eu não falo nem da Janja em todo lugar. Eu falo o que me interessa falar. O discurso que eu queria fazer era aquele, e foi muito bom o discurso.”
O petista disse que “no momento certo a gente vai discutir” e que tem “muito interesse que a Venezuela volte à normalidade democrática”.
“É um país que eu tenho boa relação, é um país que tem 1.600 km de fronteira com Brasil, é um país que eu desejo que esteja em paz, então tenho interesse. Mas é preciso criar as condições para que a gente possa conversar”, sinalizou.
Lula afirmou que o Brasil atualmente mantém uma “relação diplomática muito forte”. Ele defendeu que o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, tem mantido diálogos com o chanceler venezuelano. “É preciso encontrar um jeito de a gente retomar uma convivência democrática”, ressaltou.
Lula diz ter sofrido “canalhice” a empresários mexicanos
Na segunda-feira, 30, durante a abertura do Seminário Empresarial México-Brasil, Lula mencionou ter passado por “uma canalhice” em anos anteriores. Embora não tenha feito uma referência direta, o petista aludiu ao período em que foi investigado e detido como parte da Operação Lava Jato.
“Todo mundo achava que o Lula ia voltar muito nervoso para governar o Brasil pelo que tinha acontecido comigo, pela canalhice que fizeram comigo em um determinado tempo”, disse. “Quando voltei a presidir o país, eu voltei predestinado a deixar o passado de lado e não trabalhar com o fígado, mas com o coração e a cabeça.”
Lula disse ter retornado para o 3° mandato com a perspectiva de “construir um futuro com base nas coisas boas que aconteceram no passado, sem levar em conta as coisas ruins que aconteceram”.
No evento que ocorreu no México, o líder do Executivo brasileiro declarou que definiu prioridades para “reconstruir o país, que tinha sido semidestruído”. Estas incluíam a aprovação da estrutura fiscal e a reforma tributária.
“Resolvemos fazer tudo isso para dar garantia não só aos empresários brasileiros, mas ao empresários estrangeiros”, declarou. “Essa reunião com empresários é na perspectiva de convencer os empresários, o máximo que o presidente da República pode fazer é abrir o portão. Nosso papel é abrir para que vocês possam conversar.” As informações são da Revista Oeste.
Fonte/Créditos: Contra Fatos
Créditos (Imagem de capa): Reprodução
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