Greve de ônibus em São Paulo atinge parte do sistema de transportes nesta quarta (29) e rodízio de veículos é suspenso. Desde a 0 horas a capital paulista encontra-se com problemas no sistema de ônibus.
A greve de ônibus em São Paulo começou às 00h prejudicando em especial os passageiros das linhas dos subsistemas estrutural e de articulação regional, prestados por ônibus convencionais, padrons e articulados, das empresas tradicionais que operam em corredores, passam pelo centro da cidade e ligam terminais. As empresas que surgiram de cooperativas, que operam ônibus menores entre os bairros mais distantes e terminais ou estações, funcionam normalmente.
O rodízio municipal de veículos foi suspenso e a circulação de carros em faixas e corredores de ônibus foi liberada. Rodízio e restrição para caminhões, restrição a fretados e Zona Azul são mantidos normalmente. Metrôs, trens e ônibus intermunicipais (EMTU) tiveram reforço no atendimento.SPTrans estima que somente no pico da manhã, 1,5 milhão de pessoas são prejudicadas por causa de greve de ônibus. No total, usam ônibus municipais em São Paulo entre 2,8 milhões e 3 milhões por dia.
A greve acontece num momento em que as empresas de ônibus pressionam a prefeitura para ganhar mais dinheiro, uma vez que alegam que tiveram os custos ampliados por causa da elevação do óleo diesel, salários e outros insumos.Aumento salarial os motoristas e cobradores já ganharam: 12,47% nos salários e no ticket-refeição de motoristas e cobradores de ônibus da cidade de São Paulo já retroativo a maio de 2022, após uma greve de 15 horas no dia 14 de maio.Agora, o impasse é o fim da hora não remunerada de almoço dos motoristas e cobradores e o pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados).
A Justiça determinou frota mínima de 80% nos horários de pico e 60% nas demais horas.
NÚMEROS DOS TRANSPORTES DE SÃO PAULO:
(Dados – Indicadores da SPTrans)
Total de Usuários (todo o sistema): De 2,8 milhões a 3 milhões por dia
Total de Ônibus (todo o sistema): 13,5 mil ônibus
EM GREVE:
Subsistema estrutural – 4.094 ônibus e 378 linhas – veículos maiores como articulados e biarticulados que ligam terminais, operam em corredores e passam pelo centro
Subsistema de articulação regional – 3.447 ônibus e 447 linhas – veículos convencionais e padrons que ligam bairros mais distantes às centralidades regionais (um bairro maior, com mais infraestrutura). Somente a Express Transportes opera hoje
OPERAÇÃO NORMAL
Subsistema Local de Distribuição – 5.958 ônibus e 527 linhas – ônibus menores que ligam bairros mais distantes a terminais de ônibus ou estações dos sistemas de trilhos.
TERMINAIS
31 terminais municipais, além dos espaços compartilhados com Metrô e EMTU
GARAGENS
40 garagens contanto todas as empresas de todos os grupos
TARIFA PODE AUMENTAR E SUBSÍDIOS ÀS OPERAÇÕES DAS EMPRESAS DE ÔNIBUS VÃO DISPARAR:
Segundo o SPUrbanuss, sindicato que representa as viações na cidade de São Paulo que operam nestes dois subsistemas que reúnem os ônibus maiores, somente o aumento salarial que já foi atendido, houve uma elevação de R$ 42 milhões por mês no custo de operação dos transportes municipais da capital paulista.
Relembre:
A nova paralisação ocorre no contexto em que a prefeitura decide se haverá mais aumentos dos subsídios às operações das empresas de ônibus ou mesmo uma elevação de tarifa, o que o prefeito Ricardo Nunes tenta evitar.
Somente entre janeiro e a metade de junho de 2022, o valor desembolsado para complementar os custos dos transportes na capital paulista chegou a R$ 2,37 bilhões, ou 27% mais alto que no primeiro semestre de 2021, quando a prefeitura aportou R$ 1,86 bilhão. A estimativa é que, se não houver aumento de tarifa ou alguma ajuda externa como a que está emperrada no Congresso para custeio de gratuidades para idosos de 65 anos ou mais com verbas da União, os subsídios alcancem R$ 4,5 bilhões neste ano de 2022.
EMPRESAS DE ÔNIBUS EM SÃO PAULO NÃO TÊM PREJUÍZO DE ACORDO COM FÓRMULA:
O sindicato dos trabalhadores alega que as empresas de ônibus em São Paulo não têm prejuízos por causa de uma fórmula nos contratos das viações com a prefeitura. Enquanto o modelo de transporte previsto na licitação cujos contratados foram assinados em setembro de 2019 não for implantado integralmente, é aplicada uma espécie de fator de transição.
Este fator serve para equilibrar a remuneração de acordo com a flutuação do número de passageiros transportados e da frota. Assim, se a quantidade de passageiros cai, como ocorreu de uma forma geral na pandemia (mesmo com a lotação nos horários de pico), esse fator é maior que 1 e compensa essa queda de demanda.Na prática, este modelo impede que as empresas de ônibus tenham prejuízo.
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