Em editorial publicado nesta terça-feira (21), o jornal O Estado de S. Paulo criticou duramente a gestão fiscal do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e sua falta de medidas concretas para enfrentar o crescente endividamento público. De acordo com dados do Tesouro Nacional, a dívida bruta do Brasil deve atingir 77,7% do PIB em 2024 e aumentar ainda mais até 83,1% do PIB em 2028.
Haddad Reconhece a Gravidade da Dívida
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu em entrevista à CNN que a situação fiscal do Brasil é grave, referindo-se à atual conjuntura como uma “bagunça fiscal” herdada do governo anterior. O editorial do Estadão aponta, no entanto, que o reconhecimento do problema pelo ministro é insuficiente se não houver ações práticas para solucioná-lo:
“É preciso que essa preocupação se materialize em um compromisso que vá além do discurso e se transforme em ações concretas.”
Medidas Insuficientes e Falta de Coordenação
O jornal destacou que medidas como o pacote de corte de gastos anunciado pelo governo não foram suficientes para acalmar o mercado, e criticou a falta de clareza e comprometimento do presidente e de sua equipe:
“É sintomático que o presidente ainda não tenha percebido que a retomada da confiança dos investidores depende disso.”
O editorial também apontou que, além da falta de medidas eficazes, o governo contribuiu para agravar o cenário fiscal ao aumentar despesas logo no início do mandato, citando a emenda constitucional da transição e o aumento real do salário mínimo como exemplos.
Adicionalmente, o texto destacou contradições internas na gestão:
“Quem mais contribuiu para desidratar o pacote de gastos no fim do ano passado foram os próprios ministros do governo e a base do Executivo no Congresso.”
Impactos no Mercado
A desconfiança gerada pela situação fiscal do país tem repercutido diretamente no mercado financeiro, com o dólar ultrapassando a marca de R$ 6. Segundo o Estadão, a falta de coordenação do governo e sua relutância em reconhecer erros têm sido fatores determinantes para o pessimismo dos investidores.
Governo Aponta Bolsonaro, Estadão Discorda
O governo Lula tem atribuído grande parte da crise fiscal ao ex-presidente Jair Bolsonaro, uma narrativa que o ministro Haddad também reforçou ao mencionar a “bagunça fiscal” herdada da gestão anterior. No entanto, o Estadão critica essa justificativa, argumentando que o atual governo agravou o cenário ao ampliar os gastos públicos sem apresentar medidas eficazes de ajuste fiscal.
O jornal conclui que o governo Lula, com suas ações e contradições internas, tem sido o maior responsável pela desconfiança do mercado, e ironiza que o governo “nem precisa de oposição, pois é quem mais boicota a si mesmo”.
Fonte/Créditos: Contra Fatos
Créditos (Imagem de capa): Reprodução
Comentários: