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Apesar da gravidade das imagens e dos depoimentos colhidos, todas as mulheres foram soltas após prestarem esclarecimentos à Justiça espanhola.

De acordo com informações do jornal espanhol El Mundo, a denúncia partiu de uma estagiária de 17 anos, que decidiu registrar em vídeo uma situação que, segundo ela, era recorrente na creche Cascanueces, em funcionamento há mais de 20 anos.

As imagens mostram o momento em que uma cuidadora, identificada como Raquel, de 45 anos, segura uma bebê com força contra a parede, grita, dá tapas e força uma colher com comida na boca da menina. Depois, a mulher sacode a cabeça da criança enquanto outras funcionárias apenas observam — algumas, inclusive, riem da cena de violência.

Durante as agressões, Raquel repetia frases como “se cuspir a comida, enfio de novo” e “não cuspa a comida, engole”, em tom ameaçador. A gravação foi entregue aos pais da criança, que levaram o caso à polícia.

 

 

 

 

 

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Em depoimento, a cuidadora que agrediu a bebê disse que “talvez tenha exagerado”, e tentou justificar sua conduta alegando estar sob pressão dos pais de alunos, que cobravam que seus filhos comessem na creche. A cuidadora também afirmou que a mídia havia “destruído” sua reputação, e disse passar por “problemas pessoais”.

A mulher tentou, ainda, relativizar o episódio, e afirmou que, após as agressões, a menina a teria beijado — um gesto que, segundo ela, demonstra que havia "afeto".

As demais funcionárias foram acusadas de participação direta ou de omissão diante das agressões. Já a diretora da instituição foi presa por ter conhecimento da situação e não tomar providências.

O caso repercutiu e causou revolta entre pais e moradores da região. Muitos relataram que seus filhos demonstravam medo da cuidadora, e pelo menos sete famílias já formalizaram queixas à polícia. A creche permaneceu fechada no dia seguinte à denúncia e não informou se retomará as atividades.

A Cascanueces, segundo moradores, mudou de administração há cerca de quatro anos. Desde então, de acordo com os relatos, as janelas da instituição passaram a permanecer sempre fechadas, um detalhe que agora levanta suspeitas sobre o que acontecia dentro do local.

A Inspeção Educacional da Comunidade de Madri abriu uma investigação sobre a atuação da creche. A prefeitura de Torrejón de Ardoz disponibilizou vagas para transferir os alunos para outras instituições da cidade, enquanto um processo administrativo apura possíveis falhas de supervisão e define punições ou medidas corretivas.