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'Baby Al Capone': quem é adolescente que passou de jogador de videogame a ladrão de US$ 24 milhões em criptomoedas aos 15 anos?

Com apenas 15 anos, Ellis Pinsky conseguiu hackear um dos empresários mais importantes do setor

'Baby Al Capone': quem é adolescente que passou de jogador de videogame a ladrão de US$ 24 milhões em criptomoedas aos 15 anos?
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De jogador de Call of Duty a protagonista de um dos maiores roubos da indústria das criptomoedas. Em poucas palavras, essa é a história de Ellis Pinsky — também conhecido como Baby Al Capone —, um jovem que, em janeiro de 2018, quando tinha somente 18 anos, hackeou o telefone do empresário Michael Terpin e furtou 562 bitcoins, avaliados na época em US$ 24 milhões.

Mergulhado nos videogames, mas também nos estudos e nos esportes, ninguém ao redor dele imaginava que, com apenas 12 anos, Pinsky já começava a dar seus primeiros passos no mundo do cibercrime.

Quem é Ellis Pinsky?

Pinsky passava horas em plataformas como Discord e Skype, onde centenas de usuários exibiam suas habilidades digitais. “Foi aí que ele começou a se interessar por roubar nomes de usuário legais”, acrescentou a fonte. Assim, o jovem aprendeu a usar o Wireshark, um programa para rastrear endereços IP, e a realizar ataques DDoS, técnicas de doxxing e injeções de SQL em bancos de dados. Além disso, colaborou com grupos de hackers como o Lizard Squad, que derrubaram servidores da Microsoft e do Facebook em meados da década passada.

Aos 13, já era membro do OGUsers, uma comunidade de hackers especializada em contas valiosas de redes sociais. Sua principal habilidade era extrair terabytes de dados de diversos bancos de dados.

Seus conhecimentos chegaram a um novo nível quando, em 2016, ele descobriu a técnica de SIM swapping. Essa técnica consiste em enganar operadoras de telefonia para que transfiram o número da vítima para um chip controlado pelo atacante, permitindo assim interceptar códigos de verificação, ler e-mails e até acessar carteiras de criptomoedas.

Michael Terpin, sua maior vítima

Em 7 de janeiro de 2018, Pinsky recebeu uma mensagem de um usuário apelidado de Harry pedindo para hackear um celular da operadora AT&T. O aparelho pertencia a Michael Terpin, empresário e referência no setor cripto na época.

Usando a famosa técnica de SIM swapping, os hackers não só assumiram o controle do celular, como também encontraram um arquivo no Outlook chamado “Claves” (senhas). Esse era o caminho para desbloquear várias carteiras digitais. Só em uma delas havia US$ 900 milhões em criptoativos, embora não tenham conseguido acesso completo. No entanto, em outra carteira, encontraram 3 milhões de tokens Triggers, cotados a sete dólares cada um.

 

Após o roubo, faltava apenas “lavar” os tokens e convertê-los em bitcoin na exchange de criptomoedas Binance. Para isso, Pinsky fez uma postagem no Twitter pedindo a ajuda de um especialista. A conversão foi realizada com sucesso, mas a manobra não passou despercebida: as taxas eram extremamente altas e o preço do token despencava em tempo real devido à venda em grande escala. Dessa forma, eles conseguiram acumular 562 bitcoins, equivalentes a 24 milhões de dólares.

Da noite para o dia, Pinsky passou a viver uma vida de luxo: usava roupas de marcas como Louis Vuitton e Supreme e comprava os melhores relógios, segundo o New York Post. No entanto, o medo de ser descoberto pelo FBI o atormentava, e ele começou a ter crises de ansiedade.

A queda para a realidade

A vida de Pinsky deu outra guinada em 2018, quando sua mãe recebeu um e-mail de Terpin acusando seu filho pelo roubo.

— Essa foi a primeira vez, aos 16 anos, que percebi que esse videogame no qual estive vivendo por alguns anos se tornou real. E preciso lidar com isso — declarou o jovem.

Após um longo processo judicial, o hacker devolveu os 562 bitcoins, um relógio e o dinheiro em espécie. Terpin quis ir além: exigiu 71,4 milhões de dólares, com base na Lei RICO, que permite triplicar indenizações em casos relacionados ao crime organizado. No entanto, ele não conseguiu recuperar essa quantia, pois não foram encontrados outros bens em nome do jovem.

Terpin sempre acreditou que Pinsky havia escondido uma fortuna obtida em roubos semelhantes e, por isso, insistia em reivindicar um valor três vezes maior que o originalmente roubado. Essa tensão chegou a situações extremas, como a invasão da casa da família em busca do dinheiro. Hoje, Pinsky tenta deixar esse passado para trás. Está estudando na universidade e é o fundador da Rentr, um aplicativo voltado à compra e venda entre particulares.

— Quero muito me distanciar de tudo isso. É tão feio, tão ruim, tão repulsivo. Não há nada que eu queira mais do que seguir em frente — afirmou.

Créditos (Imagem de capa): 'Baby Al Capone': quem é o adolescente que passou de jogador de videogame a ladrão de US$ 24 milhões em criptomoedas aos 15 anos? — Foto: Reprodução

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