A “tendência verde”, onde o consumo responsável e a conexão com a natureza voltaram a ganhar destaque. E, por sua vez, as ervas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 75% da população mundial depende quase exclusivamente do uso de plantas para cuidados de saúde.
De fato, a instituição é uma das principais impulsionadoras de sua pesquisa e implementação: em 1989, lançou a resolução 42.43 convidando os países-membros a realizar uma avaliação abrangente dos sistemas de saúde tradicionais, especialmente no que diz respeito às plantas medicinais, a fim de elaborar uma lista de espécies a serem incorporadas às Farmacopeias Nacionais.
Liliana Papalia, médica especialista em nutrição e obesidade, explica que o estudo e a aplicação das propriedades curativas das ervas são conhecidos como fitoterapia, uma abordagem que combina o conhecimento tradicional com a pesquisa científica atual para oferecer tratamentos naturais eficazes.
— Quando usadas com cautela, as ervas podem fornecer opções de tratamento acessíveis e sustentáveis, promovendo uma abordagem holística à saúde — ela enfatiza.
As três ervas ideais para combater o inchaço abdominal
1. Hibisco (Hibiscus sabdariffa)
Nativa de regiões de climas quentes, esta planta de pétalas vermelhas também é conhecida como "flor da Jamaica". Além de seu uso culinário em pratos doces, como pudins e bolos, o hibisco é conhecido por seus efeitos calmantes no sistema digestivo.
— Torna a digestão menos difícil e acelera, sendo ideal para manter o equilíbrio do peso — relata Yael Hasbani, coach de saúde e especialista em Nutrição Holística.
O profissional acrescenta ainda que ela também possui propriedades diuréticas, anti-hipertensivas, antiparasitárias e levemente laxantes.
— Você pode prepará-lo como uma infusão ou experimentá-lo como uma bebida gelada, imitando a famosa 'água de Jamaica' consumida na América Central — sugere ele.
2. Genciana (Gentiana lutea)
Graças aos seus extensos poderes de cura, foi usado na Idade Média como antídoto para certos venenos. Com folhas largas e flores que, vistas de longe, lembram uma espiga amarela, a Gentiana lutea é uma espécie nativa das montanhas do centro e sul da Europa. Suas poderosas propriedades, que vão desde a melhoria do sistema digestivo até a revitalização do corpo e a redução da inflamação, estão concentradas em sua raiz.
— É conhecido por ser um excelente tônico digestivo, por isso seu consumo é indicado caso você tenha dificuldade para digerir alimentos ou precise estimular a produção de suco gástrico e bile — destaca Florencia Fasanella, farmacêutica especialista em plantas medicinais, em seu livro A Natureza é Sua Farmácia.
Lá também é relatado que ele tem efeito energizante e alerta-se contra seu consumo por pessoas com úlceras gástricas ou duodenais, pois pode causar irritação.
3. Melissa (Melissa officinalis)
Também conhecida como erva-cidreira ou folha de limão, esta planta cresce selvagem em prados húmidos, clareiras de florestas, ao longo das margens de rios ou em sebes e campos cultivados, em solos ricos em matéria orgânica.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) lista seu uso tradicional — tanto como infusão quanto como extrato hidroalcoólico, tomado por via oral — para tratar sintomas leves de estresse mental e promover o sono, bem como para distúrbios digestivos leves, como inchaço e flatulência.
Em relação às suas propriedades digestivas, no ensaio clínico "Tratamento da dispepsia funcional com uma preparação à base de ervas: um ensaio multicêntrico, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo", 20 pacientes com indigestão foram selecionados aleatoriamente para receber uma mistura de ervas contendo extrato de erva-cidreira ou um placebo. No final do período de observação, aqueles que receberam a mistura de erva cidreira relataram uma redução na intensidade e melhora dos sintomas de indigestão.
Créditos (Imagem de capa): Chás ajudam a regular a indigestão — Foto: Freepik
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