Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10), a Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou que o indulto concedido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) é constitucional. O documento foi encaminhado à ministra Rosa Weber, relatora dos processos que questionam a legalidade da ação de Bolsonaro.
“Tendo em vista que o Decreto Presidencial de 21 de abril de 2022 observou todos os parâmetros que lhe foram impostos pelo poder constituinte originário, não tratando de crimes vedados pela Constituição, entende-se que tal ato não padece de inconstitucionalidade, não havendo qualquer violação à direito fundamental”, disse a AGU, que é comandada por Bruno Bianco.
O Planalto também afirmou que “o indulto, coletivo ou individual, é um ato de governo, caracterizado pela ampla discricionariedade, cujas limitações são aquelas exclusivamente referidas na própria Constituição Federal (crimes hediondos, tortura, tráfico e terrorismo)”.
Ainda segundo a Advocacia-Geral da União, “o indulto é uma ferramenta que se amolda ao modelo de freios e contrapesos, como tantos outros instrumentos presentes na Constituição brasileira e em outros estados democráticos de direito. Sua concessão, por conseguinte, não revela crise entre os Poderes, mas mera oposição tipicamente constitucional”.
O decreto de Jair Bolsonaro foi editado em 21 de abril, um dia após o STF condenar Daniel Silveira a oito anos e nove meses de prisão.
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