Depois de pedir exoneração do comando do Ministério da Educação (MEC) na última segunda-feira, o ex-ministro Milton Ribeiro foi ouvido pela primeira vez pela Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (31), no inquérito que apura as suspeitas de interferência de dois pastores na pasta.
Em depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, ele confirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe pediu para receber os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que estão sendo acusados por prefeitos de cobrarem propina para intermediar a liberação de verbas do MEC. Mas, negou ter favorecido prefeituras indicadas pelos líderes religiosos na distribuição de recursos.
Questionado pelo delegado, o ex-ministro disse ainda que não recebeu qualquer demanda ou questionamento do presidente Jair Bolsonaro a respeito do assunto tratado no encontro ou de eventuais pedidos dos pastores. A informação foi publicada pelo jornal O Globo.
Milton Ribeiro também negou ter conhecimento de qualquer irregularidade na negociação de verbas do Ministério da Educação. Com o depoimento agendado para a tarde desta quinta, o ex-ministro não compareceu diante da Comissão de Educação do Senado para esclarecer a relação com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.
O inquérito contra o ex-ministro foi aberto a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, que apontou indícios dos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa.
A SAÍDA DO MINISTRO
Na última segunda-feira, Milton Ribeiro pediu para deixar o cargo. O presidente Jair Bolsonaro aceitou o pedido de demissão e a exoneração do ministro foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU). A exoneração pode ser vista aqui.
A medida ocorreu após gravações do ministro da Educação supostamente apontarem uma interferência de pastores no Ministério da Educação (MEC). O áudio foi divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo na noite de 21 de março. De acordo com o veículo, dois pastores teriam influenciado o repasse de verbas do MEC, Gilmar Santos e Arilton Moura.
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