Busque sempre diferenciar o joio(erva daninha) do trigo(semente fértil). Ouvi muito essa espécie de mantra espiritual desde cedo, que me lembre, nas aulas do ginasial no Julinho, em Porto Alegre. Podemos traduzir assim: diferenciar o que é o certo, do errado. O que convém, do inconveniente.
Observem as expressões egoísmo e narcisismo. Enquanto o egoísta contempla aquele que pensa primeiro em si, depois nos outros, o narcisista é o indivíduo que pensa, unicamente, em si.
O movimento Iluminista do século XVII endossou a ganância, acreditem, porque via nela "vício privado, com benefícios públicos”. Ser egoísta, enfim, era uma virtude que emergia do indivíduo para a sociedade na forma de benfeitorias múltiplas.
Grosso modo, algo que implicava comportamento antissocial, individualmente, trazia vantagens à sociedade em geral. Foi essa a ideia que Adam Smith, economista do Iluminismo, estampou em "A Riqueza das Nações", nos idos de 1776.
Daí em diante, os economistas modernos passaram a defender a liberação do egoísmo como fator de obtenção de riqueza. Os perigos de exageros passaram a sofrer restrições, em especial a partir da Constituição dos EUA. Seus patriarcas fundadores erigiram um tal sistema de "freios e contrapesos” como limites e restrições. Uma forma de "todos se manterem de olho uns nos outros".
No mandamento primeiro lá está: "Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo". Percebam: só amarei ao meu semelhante se, antes, eu me amar". Uma atitude egoísta, com certeza, mas que se justifica vernacular, como funcionalmente.
Na vida, todos nós acabamos tendo de fazer opções. Delas decorrerá o sentido que estamos emprestando à nossa caminhada. Ou só pensarmos em nós; ou pensarmos, antes em nós, para assim melhor ajudar aos outros. Não é assim?
Créditos (Imagem de capa): Foto: Ilustrativa
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